sábado, 16 de maio de 2020

#CorrupçãoMata


Nestes dias de pandemia, fiz algumas perguntas estarrecedoras a mim mesmo, que gostaria de compartilhar com o leitor:
Se estivesse doente, procuraria um médico ou um cientista?
Se o diagnóstico fosse COVID-19, preferiria ser tratado com cloroquina, anticoagulante ou respirador?
Por que acreditar no protocolo de um burocrata que nunca se ouviu falar, do que na opinião de meu médico de confiança?
Por que alguns dados vitais não são divulgados amplamente? Qual o número de leitos disponíveis e em que hospital ou cidade? Qual o índice de recuperados em cada um dos tratamentos (cloroquina, anticoagulante ou respirador)? Quanto custa cada um dos tratamentos? Por que no Brasil não se faz testes amplamente? Com base em que dados os burocratas têm tomado suas decisões?
Através da teoria geracional de Vasak (Revolução Francesa) é possível, distribuir os direitos humanos em: primeira geração (liberdade), segunda geração (igualdade) e terceira geração (fraternidade). 
Conquista da sociedade e base constitucional, que se perde durante a pandemia.
Um indivíduo perdeu sua liberdade, quando na escolha de seu tratamento. Um médico perde sua liberdade (ainda que relativa) de prescrição, em detrimento de uma estimada ciência, mas que ainda não trouxe uma solução melhor. Uma família perde sua liberdade de escolher se sobrevive ao vírus ou à fome. Mas o burocratas ganham a liberdade de gastar nosso dinheiro como bem querem, e da liberdade dos jornalistas de infringirem seu próprio código de ética (Cap.II Art.3º), espalhando livremente fake news, sem nenhuma punição.
Quem deve ir para o respirador? Pergunta uma equipe médica? Por que ele sim e o outro não? Por que certa camada da sociedade se vê a beira do destino cruel, enquanto outros se safam tão facilmente? No campo da coletividade, todas as cidades são tratadas com o mesmo protocolo. No campo da individualidade, o protocolo dos burocratas serve para todos, menos para eles próprios. Perdemos também o princípio da igualdade. E o texto constitucional “iguais, na exata medida de suas desigualdades” passou a fazer parte do jogo de conveniências.
Perdemos também a fraternidade pela retórica contemporânea (que divide a realidade em duas, se posiciona de um lado e ataca o outro). Aprendemos bem a aderir a constantemente provocada polarização (que no Brasil é a “esquerda” versus “direita”, mas sem nenhuma identidade ideológica, somente política). Já escolhemos nosso super-herói e arqui-inimigo. E assim, tornamos-nos tolerante com os burocratas e intolerantes com o amigo de infância. Enquanto isso, os burocratas “crescem” no sofrimento de seus semelhantes.
Com isto, vamos caminhando, confusos, de marcha ré, e perdendo espaço, nessa eterna luta de classes. Até que um dia em que, pelo sofrimento, a falta de pessoas queridas, nos faça ponderar que é melhor ser feliz que ter razão, e assim deixemos de lado nossas diferenças, reajustemos o caminho da luta contra a corrupção, esta doença social que mata mais que pandemia.  E que possamos nos ver como irmãos, nessa luta pela paz!
#CorrupçãoMata